sábado, 18 de setembro de 2010

Adeus você


Aconteceu! Nada inesperado, nem desesperado, mas aconteceu. Esse blábláblá de que a vida é feita de ciclos só parece fazer sentido, de fato, quando a gente se vê forçado a encarar uma realidade diferente da que estávamos acostumados. Aí o clichê serve de consolo, ou vira motivação pra manter-se firme na nova posição. E depois que acontece, vem aquele sentimento saudosista que é a maneira mais humana de sentir na pele o "só dá valor depois que perde", mas já era hora. Nem acho que o lance seja perder alguma coisa, porque alguma coisa já estava perdida há algum tempo e a gente não viu, ou fingiu que não... Talvez fosse justamente aquelas coisas que fizeram dar certo pelo tempo que durou. Não vou falar das inúmeras vezes em que eu não dei a mínima pra sua carência e respondi com falta de consideração, porque não carrego mais o peso de ter estragado tudo. Essas retrospectivas revivem em mim muitas coisas que já não me servem mais. Coisas que já foram essenciais mas em algum momento, que eu não sei delinear com precisão, passaram a assumir novos significados não tão relevantes quanto outras faltas. Não de atenção, de carinho ou qualquer coisa parecida. Eram faltas abstratas, de coisas que eu talvez nem saiba ao certo. Se eu pensar muito posso pirar achando que tudo se torna cada vez mais confuso nesse emaranhado de dúvidas que eu não pretendo esclarecer. E se tudo é mesmo uma questão de prioridade, sejamos sinceros: deixamos de ser nossas respectivas. Você foi a vontade que faltava em mim e eu fui o ponto final que você não conseguia colocar. E vice-versa. Fomos, voltamos e deixamos de ser. Mãos muitas vezes frias, mas o coração sempre quente. Até demais... Tentamos com todo o empenho do mundo desafiar nossa incompatibilidade, mais aparente a cada dia. Nosso problema talvez seja uma década inteira, aquela que você viveu e eu não. Talvez. Tudo não passa de hipóteses que a gente cria como quem revisita a mesma história várias vezes e sempre descobre uma nova possibilidade de justificativa. Somos muito iguais e ao mesmo tempo muito diferentes. As sensações que despertávamos um no outro também foram mudando com o passar dos dias, semanas e meses em que o iôiô ia e voltava. Mas até uma cicatriz fechada deixa marcas, e nós acumulamos várias. E mesmo com todos os sinais, tinhamos uma lista pronta de porquê valia a pena tentar mais uma vez. Tantas vezes voltamos aos mesmos lugares... Mas uma hora os cacos não se encaixam mais e o remendo não convence. Insistimos também por teimosia e sempre soubemos disso! Você idealizava uma série de coisas que eu não iria concretizar e eu fui virando um sonho cada vez menos real. Eu via nos seus olhos planos que não cabiam no meu projeto de vida e você também foi ficando cada vez mais presente e menos futuro. E o futuro parece finalmente ter chegado! Adeus você...

domingo, 22 de agosto de 2010

Quem cala também sente.


Sexta-feira retrasada, no auge de uma crise de stress, discuti com um cara bem legal que trabalha comigo. Ele é sempre muito engraçado e eu sou sempre bem-humorada, mas naquele dia não foi bem assim. O motivo era ridiculamente banal, mas foi o suficiente pra me fazer retrucar e não conseguir olhar nos olhos dele o resto da noite. Fiquei mal porque não gosto de me indispor com ninguém, mas sabia que estava certa e ali não cabia passar por cima da minha razão tão óbvia pela boa convivência. No dia seguinte não consegui esboçar nenhum sorriso pra ele, e até evitei contato visual porque achava essa situaçãozinha bem desconsertante. Mas não durou muito porque no domingo ele me surpreendeu! Depois de mais um dia cansativo de trabalho ele veio até mim e pediu desculpa por ter sido estúpido, se exaltado e batido boca comigo. Eu aceitei, é claro, e expliquei que não costumo reagir daquela forma, mas outros motivos me deixaram muito irritada. Nos abraçamos e eu sorri, espontaneamente! Foi tão sincero, que nem me importei com o tempo que levou pra que ele me procurasse de coração aberto, disposto a ouvir qualquer coisa que eu resolvesse falar. Confesso que não esperava tamanha humildade, e eu não quero dizer que ele é prepotente. Eu simplesmente achei que uma hora ou outra a raivinha ia passar, naturalmente, e quando menos esperássemos estariamos rindo de nossas piadas juntos, de novo. Pedir desculpas pode parecer cômodo do ponto de vista de quem é vítima de muitos vacilos da mesma pessoa, e eu até concordo. Mas é uma atitude corajosa e eu dei todos os créditos que ele mereceu. Depois de subir mentalmente o meu colega no meu próprio conceito, fiquei pensando em como, e quantas vezes, eu quis me sentir dona de uma atitude semelhante à que vi ele ter ali, naquele momento em que me parou e deu o primeiro passo da "reconciliação". Não hesitar quando preciso de respostas decisivas e me sentir firme o suficiente pra passar segurança aos que também hesitam comigo, às vezes. Pior do que não conseguir falar alguma coisa, é não poder escutar o que você sabe que está entalado na garganta de alguém. Quem nunca teve vontade ou sentiu que precisava parar uma pessoa, como ele fez comigo, e lançar um: "Vem cá, fala comigo!"?. Enquanto não atinjo esse patamar de coragem, auto-confiança ou o que quer que seja, continuo aqui. Sempre aqui, e sempre pronta pros momentos em que essas pessoas que precisam ser paradas vão criar coragem de vir até mim e contar muitas coisas que no fundo eu até já sei. E isso, mal sabem elas, é exatamente o que eu quero ouvir...

sábado, 17 de julho de 2010

O que eu nunca soube explicar.


E depois de muito tempo eu voltei. Voltei porque passei a noite pensando, pra variar, nos meus sentimentos sempre tão inconstantes e incompreendidos. E eu nem reclamo dessa falta de compreensão, porque posso imaginar todas as dúvidas que eu já plantei (até hoje) na cabeça de cada uma das pessoas que passaram por mim. Algumas dessas ainda permanecem por aqui de alguma forma e simplesmente não vão embora, seja fisicamente ou aqui dentro mesmo.
Muitos anos experimentando as mais diversas reações e eu não vejo maneiras de explicar que esse jeito aparentemente leviano e displicente não é uma escolha minha e que nada disso é intencional. Queria que todas vítimas do meu pouco-caso aparente soubessem que não é pouco-caso coisa nenhuma! Queria que todo mundo entendesse de uma vez por todas que ser volúvel não me agrada. Aliás, eu mesma sou pega de surpresa pela maioria das mudanças bruscas que, às vezes, eu incorporo.
Não entra na minha cabeça como eu posso me cansar logo quando as coisas parecem entrar nos trilhos e é surreal essa minha necessidade de sentir que preciso (re)conquistar o tempo todo. A verdade é que eu gosto do jogo! Talvez muito mais do que eu imagino...E pra mim o mais difícil é manter a empolgação do antes, quando chega o durante.
Me impressiona a facilidade com que eu toco tudo em frente, mesmo quando deixo coisas importantíssimas pra trás. É um desapego que vai além do que eu sou capaz de digerir, por isso prefiro nem refletir muito a respeito quando percebo que a vontade escorreu pelo ralo, em algum momento que eu não percebi. E só eu sei o quanto eu reluto em aceitar que já perdeu a graça, tão cedo. Qualquer pessoa normal começaria a gostar das coisas no mesmo momento em que elas perdem totalmente o encanto pra mim: quando eu consigo, quando dá certo. Na minha cabeça e no meu coração funciona diferente! É como se cada meta alcançada indicasse a hora de traçar um novo objetivo, porque o primeiro já não me serve mais! Talvez isso explique muita coisa pra muita gente. Todas aquelas que eu nunca tive coragem de falar por telefone, escrever em um e-mail e muito menos confessar olhando nos olhos.
Pronto, acabei de desmistificar! Todas as vezes em que eu não atendi as ligações, não respondi as mensagens e sumi, foi porque já era hora de buscar outra coisa, por mais que eu não soubesse e nem pudesse entender. E se eu pareci fria e insensível, foi por me envolver só até a página 2, quando eu sei que a hora de partir está próxima e, inconscientemente, já começo a me desvincular pouco a pouco de cada vestígio seu ou nosso que ainda exista em mim. Não gosto, não concordo, mas preciso aceitar pra aprender a lidar melhor com todos os poréns que cercam minhas relações inter-pessoais. Difícil pra você? Pior pra mim, acredite.
Peço desculpas publicamente por todas as mágoas que eu causei mesmo sem querer, e todas as rotinas que eu tumultuei por ter um rítmo diferente de todo o resto do mundo e não saber o que é dar tempo ao tempo. Provavelmente a intensidade com que eu vivo é justamente por saber que as coisas já começam com um prazo de validade pré-determinado, pra mim. Muitas vezes eu fui embora querendo ficar. Ou melhor, querendo querer ficar...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Minhas pernas inquietas.


Minha cabeça, que sempre foi um emaranhado de pontos de interrogação, permanece confusa. Cada vez mais! E quantas vezes eu não ouvi dos outros que me preocupei à toa? É o famoso: "não sofra por antecipação". Fácil pra quem não se envolve com o indefinido. Eu já sei muito bem que não adianta tentar desenrolar os mal-entendidos (ou não-entendidos), nem fantasiar sobre o que não podemos prever.
Mas continua sendo difícil, pra mim, ser equilibrada o suficiente pra conseguir segurar a ansiedade de querer saber cada passo que será dado na cena seguinte, típico de quem insiste nessa mania péssima de querer dominar da situação. Tudo porque não posso perder o controle do que está a meu alcance, nem quero perceber que em algum momento eu deixei as coisas acontecerem sem minha autorização, como se eu tivesse algum veto absoluto e incontestável sobre todos os acontecimentos ao meu redor.
Inúmeras vezes eu soube que meu sofrimento precoce poderia ser em vão, mas conto nos dedos as vezes em que eu consegui usar essa informação a meu favor. Esse é o problema de ser intensa em todos os seus sentimentos! Você vive o amor com intensidade, mas o ódio e a própria ansiedade também. Bons e ruins, todos intensos! Você vai do inferno ao céu em segundos e faz da vida uma montanha-russa com frios na barriga mais constantes do que trocas de roupa. Por que não deixar as respostas virem até você no tempo certo? Pra quê esse ritmo frenético que te faz atropelar tantas coisas e engasgar com algumas delas?
Uma das definições de ansiedade no dicionário é "sofrimento de quem espera o que é certo vir; impaciência", e eu não quero mais conviver com esse incômodo que me aflige sempre que algo importante se aproxima. Também não quero ver chegar o dia em que vou descobrir que aquela gastrite iminente passou a fazer parte de mim. Chega da síndrome das pernas inquietas, chega de mascar chiclete até perder totalmente o gosto e virar borracha só pra desviar minha atenção!
Mas como eu vou saber se toda minha pressa pra chegar é por causa de você? E quem vai me dizer se pensar na mesma coisa em tantos momentos diferentes do dia continua dentro do aceitável? Quem vai controlar essas batidas fortes e o rosto corado?
No fundo eu gosto dessa ansiedade louca e cadenciada que me angustia mas que, ao mesmo tempo, sustenta minha vontade de passar por todas essas situações desconcertantes numa boa, tantas vezes, e me faz rir de todas elas depois.
Não vejo alimento melhor pra alma do que essas borboletas no estômago...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Além do que se sente.


Estou há mais de 30 minutos tentando dormir e não consigo. Não tenho uma entrevista no consulado, uma prova difícil, uma viagem muito esperada ou um reencontro tenso pra amanhã. Aparentemente nada que me deixe ansiosa a ponto de tirar meu sono, que quem me conhece sabe o quão precioso é pra mim. Mas apesar de deitada, permaneci inquieta. Troquei de posição várias vezes, mudei o canal de música pra algo mais tranquilo - quem sabe uma trilha mais calma embalasse melhor meu sono, que simplesmente não dava nem sinais de estar próximo.
De repente começou a tocar uma música da Alanis Morissette que me fez lembrar de um amigo antigo e consequentemente de Lorena, a cidade em que eu nasci (pra quem ainda não sabe).
O mais engraçado foi que a Alanis despertou em mim uma saudade que eu não sentia há muito tempo! Daquelas que fazem você sentir o coração mais vivo, palpitando, e deixam um frio na barriga sem hora exata pra passar.
Eu, que sempre me culpei e achei feio não sentir tanta falta das coisas de lá como eu achava que deveria sentir depois de me mudar, senti hoje uma saudade imensurável e doída do Clube, dos amigos, das músicas que eu ouvia em 2002, além da Alanis, e de tantas outras coisas.
A partir daí minha insônia passou a ter um motivo.
Ri sozinha lembrando de muitas coisas que vivi por lá, e curti muito o momento nostálgico-saudosista que tomou conta de mim de repente.
Não me lembro de ter sentido nada tão intenso com relação a essa parte do meu passado como hoje. Confesso que tive até vontade de chorar, mas ao mesmo tempo fiquei feliz e me senti aliviada por perceber que não preciso me cobrar ou me sentir uma insensível por não lamentar todos os dias essa mudança de cidade e a página virada. Não ter uma vontade frequente de voltar não quer dizer que eu não tenha sido extremamente feliz enquanto morei lá. Pela primeira vez eu entendi que não preciso me sentir mal por estar bem aqui. É engraçado como em algumas situações a gente se força tanto a aceitar o fim de um ciclo e o quanto sofremos com isso. Repetimos mentalmente inúmeras vezes que vai ser melhor assim, como se precisássemos nos convencer de uma coisa que não é bem o que acreditamos: vira um mantra, pra que a mudança seja incorporada, de fato! Mas em outros momentos parecemos vivenciar o cúmulo da frieza e crueldade por não sentir saudades diárias de algo que foi tão bom. E é por esses momentos que quero relembrar todo mundo de que nós não temos prazo pra sentir falta das coisas. Quando você sentir a saudade bater mesmo, vai ser tão pura e verdadeira que vai fazer você ter vontade de chorar, assim como eu tive!
E quando essa mesma saudade vier me visitar de novo, vou querer voar pra lá e correr pela varanda enorme da casa da Vó Ignez e comer um pacote de Frumelo, vou ouvir a risada gostosa da Vó Sonia e passar horas contando minhas artes pra ela, vou andar no Calçadão no sábado de manhã e encontrar todos os meus amigos, vou querer andar de bicicleta pela Peixoto, vou sair a noite sem marcar nada com ninguém porque sei que no fim todo mundo sempre se encontra nos mesmos lugares.
Amo todas essas particularidades que te fazem tão querida e tão minha. Minha Lorena!
Só duas horinhas de carro me separam de você, Lorencity.
Até logo mais!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Livre, leve e solta.


Me sinto livre, leve e solta como há muito tempo não me sentia. E não falo do dilema compromisso x liberdade dentro de um relacionamento ou de qualquer outro tipo de restrição afetiva. Às vezes nossas limitações tem a ver com responsabilidades. Deveres e pendências que tomam conta de todos nós diariamente, deixando vestígios de angústia que lembram o tempo todo que aquilo ainda não foi resolvido. Mas hoje eu resolvi! Resolvi tudo. Resolvi de uma vez, em uma tacada só. Tem coisas que não funcionam na base das "doses homeopáticas" e o baque traz aquele alívio prazeroso e gostoso de sentir! Agoro ouço a minha música favorita e me sinto no direito de curtir os 4:12s de felicidade plena que ela me proporciona. Agora me sinto à vontade pra aproveitar o que a vida vive me dando de bom a cada dia e que muitas vezes eu nem reparo. Sem medo, sem culpa. Chega de culpa! E sabe por quê? Apesar de parecer ser a rainha dos deslizes e esboçar irresponsabilidade, muitas vezes, sei que convivo com isso porque não grito aos quatro ventos o quanto me cobro de certas coisas e o quanto me preocupo em fazer as escolhas que direcionem minha vida para o rumo certo e encham as pessoas que eu amo de orgulho. Na verdade eu sou muito mais exigente comigo mesma do que pensam e por isso me sinto tão bem quando consigo ir pra próxima fase. A realização é um dos sentimentos mais incríveis e nobres que existem, e bom mesmo é ter sucesso depois de muito empenho. Me sinto mais forte por conseguir cada vez mais OKs no check list dessa vida, tão minha e ao mesmo tempo de tanta gente também. Tem coisa melhor do que dizer que você está feliz? Claro que sim! É facil gritar a felicidade pra todo mundo saber (ou achar) que você é sortuda e está sempre bem. Difícil é transformar o verbo ESTAR em SER. No meu mundo ideal esse temporário vai virar permanente já! Estive feliz por muito tempo, mas sinto que agora começarei a SER feliz!! Eu sei que esse direito me pertence e quero proporcionar essa mesma felicidade pra muitas outras pessoas. Cada vez mais FELIZ, com letras maiúsculas! Feliz, livre, leve e solta...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mudanças não são só pro ano novo...


Todo Réveillon é a mesma coisa! Aquele sentimento de mudança iminente e tantas propostas pro novo ano. São desejos que a gente tenta incorporar mas que nem sempre tem aquela aderência toda que pareciam ter na noite da virada, quando a gente se empolga e promete muitas coisas enquanto o champagne corre pra garganta e mancha a roupa branca. Sempre que estou nesse momento "adeus ano velho" gasto alguns minutinhos de forma bem particular, pra me concentrar justamente nas inúmeras possibilidades de (re)fazer as coisas de uma maneira diferente e sempre melhor, é claro. Nesse ano não foi diferente. Me lembro de ter voltado todas as minhas forças e boas intenções a duas coisas, importantíssimas pra mim na época e ainda hoje. Escrevi com carinho num papelzinho e coloquei num barquinho bonitinho que minutos depois foi levado pelas ondas pra Iemanjá. Meu papel se perdeu em meio a tantos outros pedidos de pessoas tão bem intencionadas e dispostas quanto eu, mas esse texto não é pra falar dos inúmeros pedacinhos que se dispersaram no mar. Quero falar de mudanças! Mudanças de hábito, de visual, de comportamento. Naquele dia 31/12/2009, como em todos os anos, pensei em várias coisas que me ajudariam a fazer de 2010 o melhor ano de todos até hoje e o que eu sinto, na verdade, é que por mais que eu tenha conseguido dar início a algumas mudanças em janeiro, muitas outras eu só consegui consolidar agora em abril, quarto mês do ano. Seja por falta de coragem, de oportunidade ou até mesmo de vontade, o fato é que eu resisti bastante até me sentir pronta, de verdade, pra vivenciar todas essas mudanças refletidas em cada gesto meu. É nítido que me sinto mais segura pra arcar com as consequências de cada uma das minhas escolhas. Sei que terei que abrir mão de coisas que eu gosto muito pra conseguir outras que eu quero tanto. Mas é assim que a banda toca e raramente se consegue alguma coisa sem algum esforço. Por mais piegas e clichê que isso soe, cabe a você avaliar se o tal preço vale a pena ou não. Como eu costumo dizer, é tudo questão de prioridade e hoje eu sei bem quais são as minhas. Eu, que ao contrário da maioria quase absoluta das mulheres nunca prometi começar uma nova (ou velha) dieta, continuo buscando as mudanças que me levarão às melhores recompensas, que eu sequer consigo mensurar. Prometo começar a dirigir em menos de dois meses!!!


quarta-feira, 31 de março de 2010

Os incomodados que se mudem?


Estou incomodada, mas não vou mudar. Sinto uma necessidade absurda de me afastar do caos que você já representou na minha vida e de tudo o que você me transmitiu de ruim, mas não consigo. Não consigo porque todo o desprezo que eu já nutri por você um dia não existe mais. Você já foi tão longe, e tão baixo, que todo aquele sentimento ruim virou pó. Ou dó. Você, que já foi tema de uma sessão inteira de terapia, hoje não passa de uma sombra que insiste em se fazer presente. Agora o problema que existe entre a gente é outro. Não agüento mais assistir de camarote a sua falta de amor-próprio, ou ainda pior do que isso: não suporto mais sentir pena de você. Você já durou muito mais do que eu deveria ter permitido e eu não tenho mais paciência pra esperar você encontrar a honra que perdeu no momento em que decidiu manter uma competição frenética e babaca comigo. Me poupe de tanta vergonha alheia, me poupe de mais constrangimentos desnecessários. Não preciso ver você fazer um papel ainda pior do que você já fez ao longo de todo esse tempo, acredite! Aliás, se você quer saber, eu nunca quis seu mal...Só quis distância de você, acredite nisso também! Só quis preservar o que eu considerava precioso e que você, de fato, sempre fez questão de tumultuar. Por tudo isso e mais um pouco, pela primeira vez, vou te fazer um pedido: encontre sua própria vida, pra quem sabe finalmente sair da minha. Esse mundo não te pertence e o que é meu não é nem nunca vai ser seu do jeito que você espera! Vou ser educada e civilizada como sempre fui, por mais que você não tenha feito o mesmo: Vá embora, pra nunca mais voltar, por favor! Me deixe viver a vida que eu sempre tive, mas nunca pude viver sozinha, tranquilamente. No fundo eu ainda quero acreditar que você tem um lado muito mais interessante do que esse fútil que você faz tanta questão de mostrar...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Eu, você e nossas guerras


Depois de um dia longo, um grande amigo me disse uma coisa que me deixou intrigada: "tem guerras que a gente não escolhe!". Quase que instantaneamente já vieram em mente 450 mil situações pelas quais eu passei sem querer, sem pedir, sem precisar. Guerras que sequer eram minhas, mas em que eu sofria por tabela. Quando você gosta de verdade da pessoa, sente uma necessidade urgente de sugar qualquer vestígio de dor, só pra não se sentir impotente vendo o outro sofrer sem poder fazer nada. É assim que se vive a guerra alheia! Tentando intervir em coisas que fogem da nossa alçada, pelo simples dever consciente de fazer-se presente nas horas mais necessárias. Nessas horas, meus problemas se tornam pequenininhos e quase ridículos, perto do drama de gente que eu quero tão bem! Me sinto na obrigação de tirar forças de onde não tenho, só pra que o outro não tenha dúvidas de que eu estou ali. Mas na verdade nem sei se isso é que é preciso. Assim como a gente se envolve em guerras alheias, outras batalhas a gente precisa resolver sem ninguém, dentro da gente. E aí meu amigo, só aquele bom e velho conhecido (nem sempre tão amigo...): o tempo! Às vezes ele voa e faz com que a gente atribua a ele a cura rápida das coisas. Em outras ele passa arrastado e só retarda o incômodo. Não tem segredo. Não tem receita. O fato é que eu sempre enxerguei a vida como uma roda gigante, e sempre que posso tento difundir essa minha teoria porque acho que essa visão das coisas pode facilitar muito nas fases difíceis. Afinal de contas, nenhuma tristeza (nem alegria, infelizmente) é eterna. Precisamos estar prontos pra viver dias melhores, sempre! Gosto muito de acreditar que tudo faz parte de um ciclo, e que todas as guerras são santas e sempre acabam em paz!

quarta-feira, 24 de março de 2010

O porque do começo.


Sempre gostei de ler. Sempre gostei de escrever. Quando descubro que um amigo tem um blog, passo a acompanhar e posso garantir que me empolgo tanto quanto o autor. Apesar de comunicativa, me considero uma pessoa discreta e já tive muito medo de me expor, talvez isso tenha adiado tanto o meu ímpeto de começar a publicar coisas minhas, que eu sei que outras pessoas podem ou não querer ler. A preguiça também colaborou um pouco, confesso! Tinha medo da obrigação de ter coisas novas pra dividir, periodicamente. Como toda virginiana, tenho um lado bem sistemático em mim, que às vezes fala mais alto. Durante muito tempo tive inveja das pessoas que postavam textos longos e densos, daqueles que fazem você refletir por um bom tempo depois de ler. Mas quer saber? Consegui, finalmente, conversar com minha consciência e me convencer de que eu não preciso seguir essa linha, se eu não quiser.
E eu não quero. Vou ser objetiva quando achar que tenho que ser, como sou em todo o resto. O que me fez começar isso aqui, de corpo e alma, foi a vontade de registrar algumas coisas, entre tantas que me fazem companhia todos os dias. Algumas vezes coisas boas, outras nem tanto. Alô gente, nem todo mundo é feliz todo dia! Nem todo mundo tem que se sentir na obrigação de se sentir feliz todo dia porque é feio e triste assumir que você não tá legal. Nem todo mundo sai bonito em todas as fotos. Nem todo mundo vive um romance estável ou tem um par perfeito. Tô aqui pra defender a Montanha-Russa que é a vida de todos, e cada um de nós. Eu vim sem ter medo de expor minhas angústias, assumir minhas fraquezas ou reconhecer meus arrependimentos. E sempre estarei pronta pra brindar minhas vitórias, dividir minhas alegrias e gritar meu sucesso! Vivo um dia de cada vez. Eu e minha Montanha-Russa...