quarta-feira, 28 de abril de 2010

Além do que se sente.


Estou há mais de 30 minutos tentando dormir e não consigo. Não tenho uma entrevista no consulado, uma prova difícil, uma viagem muito esperada ou um reencontro tenso pra amanhã. Aparentemente nada que me deixe ansiosa a ponto de tirar meu sono, que quem me conhece sabe o quão precioso é pra mim. Mas apesar de deitada, permaneci inquieta. Troquei de posição várias vezes, mudei o canal de música pra algo mais tranquilo - quem sabe uma trilha mais calma embalasse melhor meu sono, que simplesmente não dava nem sinais de estar próximo.
De repente começou a tocar uma música da Alanis Morissette que me fez lembrar de um amigo antigo e consequentemente de Lorena, a cidade em que eu nasci (pra quem ainda não sabe).
O mais engraçado foi que a Alanis despertou em mim uma saudade que eu não sentia há muito tempo! Daquelas que fazem você sentir o coração mais vivo, palpitando, e deixam um frio na barriga sem hora exata pra passar.
Eu, que sempre me culpei e achei feio não sentir tanta falta das coisas de lá como eu achava que deveria sentir depois de me mudar, senti hoje uma saudade imensurável e doída do Clube, dos amigos, das músicas que eu ouvia em 2002, além da Alanis, e de tantas outras coisas.
A partir daí minha insônia passou a ter um motivo.
Ri sozinha lembrando de muitas coisas que vivi por lá, e curti muito o momento nostálgico-saudosista que tomou conta de mim de repente.
Não me lembro de ter sentido nada tão intenso com relação a essa parte do meu passado como hoje. Confesso que tive até vontade de chorar, mas ao mesmo tempo fiquei feliz e me senti aliviada por perceber que não preciso me cobrar ou me sentir uma insensível por não lamentar todos os dias essa mudança de cidade e a página virada. Não ter uma vontade frequente de voltar não quer dizer que eu não tenha sido extremamente feliz enquanto morei lá. Pela primeira vez eu entendi que não preciso me sentir mal por estar bem aqui. É engraçado como em algumas situações a gente se força tanto a aceitar o fim de um ciclo e o quanto sofremos com isso. Repetimos mentalmente inúmeras vezes que vai ser melhor assim, como se precisássemos nos convencer de uma coisa que não é bem o que acreditamos: vira um mantra, pra que a mudança seja incorporada, de fato! Mas em outros momentos parecemos vivenciar o cúmulo da frieza e crueldade por não sentir saudades diárias de algo que foi tão bom. E é por esses momentos que quero relembrar todo mundo de que nós não temos prazo pra sentir falta das coisas. Quando você sentir a saudade bater mesmo, vai ser tão pura e verdadeira que vai fazer você ter vontade de chorar, assim como eu tive!
E quando essa mesma saudade vier me visitar de novo, vou querer voar pra lá e correr pela varanda enorme da casa da Vó Ignez e comer um pacote de Frumelo, vou ouvir a risada gostosa da Vó Sonia e passar horas contando minhas artes pra ela, vou andar no Calçadão no sábado de manhã e encontrar todos os meus amigos, vou querer andar de bicicleta pela Peixoto, vou sair a noite sem marcar nada com ninguém porque sei que no fim todo mundo sempre se encontra nos mesmos lugares.
Amo todas essas particularidades que te fazem tão querida e tão minha. Minha Lorena!
Só duas horinhas de carro me separam de você, Lorencity.
Até logo mais!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Livre, leve e solta.


Me sinto livre, leve e solta como há muito tempo não me sentia. E não falo do dilema compromisso x liberdade dentro de um relacionamento ou de qualquer outro tipo de restrição afetiva. Às vezes nossas limitações tem a ver com responsabilidades. Deveres e pendências que tomam conta de todos nós diariamente, deixando vestígios de angústia que lembram o tempo todo que aquilo ainda não foi resolvido. Mas hoje eu resolvi! Resolvi tudo. Resolvi de uma vez, em uma tacada só. Tem coisas que não funcionam na base das "doses homeopáticas" e o baque traz aquele alívio prazeroso e gostoso de sentir! Agoro ouço a minha música favorita e me sinto no direito de curtir os 4:12s de felicidade plena que ela me proporciona. Agora me sinto à vontade pra aproveitar o que a vida vive me dando de bom a cada dia e que muitas vezes eu nem reparo. Sem medo, sem culpa. Chega de culpa! E sabe por quê? Apesar de parecer ser a rainha dos deslizes e esboçar irresponsabilidade, muitas vezes, sei que convivo com isso porque não grito aos quatro ventos o quanto me cobro de certas coisas e o quanto me preocupo em fazer as escolhas que direcionem minha vida para o rumo certo e encham as pessoas que eu amo de orgulho. Na verdade eu sou muito mais exigente comigo mesma do que pensam e por isso me sinto tão bem quando consigo ir pra próxima fase. A realização é um dos sentimentos mais incríveis e nobres que existem, e bom mesmo é ter sucesso depois de muito empenho. Me sinto mais forte por conseguir cada vez mais OKs no check list dessa vida, tão minha e ao mesmo tempo de tanta gente também. Tem coisa melhor do que dizer que você está feliz? Claro que sim! É facil gritar a felicidade pra todo mundo saber (ou achar) que você é sortuda e está sempre bem. Difícil é transformar o verbo ESTAR em SER. No meu mundo ideal esse temporário vai virar permanente já! Estive feliz por muito tempo, mas sinto que agora começarei a SER feliz!! Eu sei que esse direito me pertence e quero proporcionar essa mesma felicidade pra muitas outras pessoas. Cada vez mais FELIZ, com letras maiúsculas! Feliz, livre, leve e solta...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mudanças não são só pro ano novo...


Todo Réveillon é a mesma coisa! Aquele sentimento de mudança iminente e tantas propostas pro novo ano. São desejos que a gente tenta incorporar mas que nem sempre tem aquela aderência toda que pareciam ter na noite da virada, quando a gente se empolga e promete muitas coisas enquanto o champagne corre pra garganta e mancha a roupa branca. Sempre que estou nesse momento "adeus ano velho" gasto alguns minutinhos de forma bem particular, pra me concentrar justamente nas inúmeras possibilidades de (re)fazer as coisas de uma maneira diferente e sempre melhor, é claro. Nesse ano não foi diferente. Me lembro de ter voltado todas as minhas forças e boas intenções a duas coisas, importantíssimas pra mim na época e ainda hoje. Escrevi com carinho num papelzinho e coloquei num barquinho bonitinho que minutos depois foi levado pelas ondas pra Iemanjá. Meu papel se perdeu em meio a tantos outros pedidos de pessoas tão bem intencionadas e dispostas quanto eu, mas esse texto não é pra falar dos inúmeros pedacinhos que se dispersaram no mar. Quero falar de mudanças! Mudanças de hábito, de visual, de comportamento. Naquele dia 31/12/2009, como em todos os anos, pensei em várias coisas que me ajudariam a fazer de 2010 o melhor ano de todos até hoje e o que eu sinto, na verdade, é que por mais que eu tenha conseguido dar início a algumas mudanças em janeiro, muitas outras eu só consegui consolidar agora em abril, quarto mês do ano. Seja por falta de coragem, de oportunidade ou até mesmo de vontade, o fato é que eu resisti bastante até me sentir pronta, de verdade, pra vivenciar todas essas mudanças refletidas em cada gesto meu. É nítido que me sinto mais segura pra arcar com as consequências de cada uma das minhas escolhas. Sei que terei que abrir mão de coisas que eu gosto muito pra conseguir outras que eu quero tanto. Mas é assim que a banda toca e raramente se consegue alguma coisa sem algum esforço. Por mais piegas e clichê que isso soe, cabe a você avaliar se o tal preço vale a pena ou não. Como eu costumo dizer, é tudo questão de prioridade e hoje eu sei bem quais são as minhas. Eu, que ao contrário da maioria quase absoluta das mulheres nunca prometi começar uma nova (ou velha) dieta, continuo buscando as mudanças que me levarão às melhores recompensas, que eu sequer consigo mensurar. Prometo começar a dirigir em menos de dois meses!!!