sábado, 17 de julho de 2010

O que eu nunca soube explicar.


E depois de muito tempo eu voltei. Voltei porque passei a noite pensando, pra variar, nos meus sentimentos sempre tão inconstantes e incompreendidos. E eu nem reclamo dessa falta de compreensão, porque posso imaginar todas as dúvidas que eu já plantei (até hoje) na cabeça de cada uma das pessoas que passaram por mim. Algumas dessas ainda permanecem por aqui de alguma forma e simplesmente não vão embora, seja fisicamente ou aqui dentro mesmo.
Muitos anos experimentando as mais diversas reações e eu não vejo maneiras de explicar que esse jeito aparentemente leviano e displicente não é uma escolha minha e que nada disso é intencional. Queria que todas vítimas do meu pouco-caso aparente soubessem que não é pouco-caso coisa nenhuma! Queria que todo mundo entendesse de uma vez por todas que ser volúvel não me agrada. Aliás, eu mesma sou pega de surpresa pela maioria das mudanças bruscas que, às vezes, eu incorporo.
Não entra na minha cabeça como eu posso me cansar logo quando as coisas parecem entrar nos trilhos e é surreal essa minha necessidade de sentir que preciso (re)conquistar o tempo todo. A verdade é que eu gosto do jogo! Talvez muito mais do que eu imagino...E pra mim o mais difícil é manter a empolgação do antes, quando chega o durante.
Me impressiona a facilidade com que eu toco tudo em frente, mesmo quando deixo coisas importantíssimas pra trás. É um desapego que vai além do que eu sou capaz de digerir, por isso prefiro nem refletir muito a respeito quando percebo que a vontade escorreu pelo ralo, em algum momento que eu não percebi. E só eu sei o quanto eu reluto em aceitar que já perdeu a graça, tão cedo. Qualquer pessoa normal começaria a gostar das coisas no mesmo momento em que elas perdem totalmente o encanto pra mim: quando eu consigo, quando dá certo. Na minha cabeça e no meu coração funciona diferente! É como se cada meta alcançada indicasse a hora de traçar um novo objetivo, porque o primeiro já não me serve mais! Talvez isso explique muita coisa pra muita gente. Todas aquelas que eu nunca tive coragem de falar por telefone, escrever em um e-mail e muito menos confessar olhando nos olhos.
Pronto, acabei de desmistificar! Todas as vezes em que eu não atendi as ligações, não respondi as mensagens e sumi, foi porque já era hora de buscar outra coisa, por mais que eu não soubesse e nem pudesse entender. E se eu pareci fria e insensível, foi por me envolver só até a página 2, quando eu sei que a hora de partir está próxima e, inconscientemente, já começo a me desvincular pouco a pouco de cada vestígio seu ou nosso que ainda exista em mim. Não gosto, não concordo, mas preciso aceitar pra aprender a lidar melhor com todos os poréns que cercam minhas relações inter-pessoais. Difícil pra você? Pior pra mim, acredite.
Peço desculpas publicamente por todas as mágoas que eu causei mesmo sem querer, e todas as rotinas que eu tumultuei por ter um rítmo diferente de todo o resto do mundo e não saber o que é dar tempo ao tempo. Provavelmente a intensidade com que eu vivo é justamente por saber que as coisas já começam com um prazo de validade pré-determinado, pra mim. Muitas vezes eu fui embora querendo ficar. Ou melhor, querendo querer ficar...